sexta-feira, 27 de abril de 2012

Na Parada do Ônibus



Na Parada do Ônibus
Nei Moreira


Cheguei à parada, o ônibus demorava mais que o de costume, apareceu um vendedor de balas pedindo uma ajuda, cheguei a colocar a mão no bolso, porém lembrei que só tinha as moedas para voltar para casa. Distante uma menina se aproximava aparentando uns 12 ou 13 anos. Carregava umas dez ou doze garrafas de água de 5 litros vazias às costas, cantarolava e valseava ao som do vento cortante, observei melhor e vi que a camisa deveria ser da irmã menor e as calças eram de dois ou três números a mais, calçava um tênis que mal cabia nos pés, mas estava feliz, radiante, talvez por ter conseguido as garrafas, talvez por ir cedo para casa, mas estava eufórica.

O meu ônibus chegou, fui o primeiro a entrar, sentei à janela e observei novamente a menina cantarolando, feliz. O ônibus começou a se afastar e com a imagem da menina na mente divagando onde estará a minha inocência, a minha despreocupação, por onde andará a minha felicidade. Dormi.



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