Em uma noite fria, o ar gelado
acariciava sua pele insensível.
– Quanto tempo se passou? De onde
eu vim? Por que estou aqui?
Ironicamente,
após tanto tempo ele era assolado pelas mesmas angústias dos homens.
– Eu estou
sozinho, meus semelhantes a muito não existem mais. Meu passado agora é turvo
em minha mente. Por que não consigo lembrar-me? Qual meu nome? Eu tenho um
nome?
Do alto ele observava os homens. Tão concentrados tão certos do que vão fazer o tempo todo. No entanto, tão cheios de medos e angústias.
Do alto ele observava os homens. Tão concentrados tão certos do que vão fazer o tempo todo. No entanto, tão cheios de medos e angústias.
– Então essa é a partícula mais
especial da criação? Não consigo ver o que eles têm de tão especial. Vagando,
se reproduzindo e morrendo em instantes, nada diferentes de insetos.
Incessantemente, sua mente era invadida por vozes, elas vinham de todos os lados, trazendo dor e sofrimento. Lamentações, súplicas, pedidos e até mesmo alguns agradecimentos.
Incessantemente, sua mente era invadida por vozes, elas vinham de todos os lados, trazendo dor e sofrimento. Lamentações, súplicas, pedidos e até mesmo alguns agradecimentos.
– O que é
isso? De onde isso vem? O que querem de mim? Parem! Não sei quem vocês são! O
que? Essas vozes estão vindo lá de baixo? Por que? Como? Por que imploram para
mim? Deveria eu saber o que fazer?
– Chega!!!
– Chega!!!
As vozes se
calaram. – Finalmente silêncio. – ele pensa.
De súbito, ele se lembrou, lembrou quem ele era. Ele é aquele que estava lá antes do próprio tempo e estará lá depois. Ele é a origem, ele é o final.
Eu sou a origem e eu sou o destino, eu sou o propósito maior. Eu sou a resposta. Eu sou o Nada.
De súbito, ele se lembrou, lembrou quem ele era. Ele é aquele que estava lá antes do próprio tempo e estará lá depois. Ele é a origem, ele é o final.
Eu sou a origem e eu sou o destino, eu sou o propósito maior. Eu sou a resposta. Eu sou o Nada.
Escrito por João Paulo de Borba Quadros (07/07/2013).
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