A Folga
Márcio Chacon
Homens bons vão para o céu. Homens maus vão para qualquer lugar...
Droga... Estou nervoso e a medida que o tempo passa dentro do camburão o nervosismo só aumenta. Alguém chama pelo rádio e Felipe atende. Não consigo ouvir a conversa, mas é curta. Ao todo são seis homens dentro do camburão. Além de Felipe e eu... Marlo, Garcia, Guilherme e o borrado do Maurício. Difícil de acreditar que ele está junto com a gente. Na verdade Maurício é o maior e mais forte do grupo, mas também o maior covarde. Desde que entrou para essa vida nunca trocou tiro com bandido. É sempre o último a entrar e o primeiro a sair... Para piorar começou a ser zoado por causa do surgimento de uma barriga. Tirando ele, todos os demais são experientes nesse tipo de operação. Na verdade Felipe reuniu o melhor ou o pior da unidade. Todos aqui são conhecidos como matadores de bandidos... O que é verdade. O problema é o exagero que usam para nos definir. Já troquei tiro e já matei muito bandido sim...e nunca me arrependi. Se eles forem homens bons... Talvez sejam perdoados. Isso vai depender da conversa deles com Deus. Eu apenas marco o encontro.
Maurício confere a arma pela terceira vez... Guilherme dá um sorriso como deboche. A fama do grupo cresceu muita por causa dele. Guilherme talvez seja o maior matador de bandido em atividade... Um verdadeiro executor. Já foi baleado duas vezes e continua com a gente. Dizem que fez um pacto com as trevas e agora é imortal. Só vai morrer quando atingirem a sua cabeça. Particularmente odeio essas histórias que criam em cima da gente...mas Guilherme assusta qualquer um... E ele sabe disso.
Garcia permanece o tempo todo de olhos fechados como se estivesse meditando. Marlo está sério. Eu e ele começamos juntos. Ficamos muito amigos, mas desde que surgiu a famosa lista negra ele mudou um pouco. Dias atrás circulou uma lista na imprensa de policiais corruptos e meu nome estava nela. Ainda não me corrompi e sei que meu nome apareceu por vingança. Desde então não consegui conversar direito e explicar tudo pra ele.
De longe já se enxerga a entrada da vila. Outra viatura nos espera. Paramos ao lado dela. Todos desembarcamos e Felipe vai a direção da viatura. O vidro do banco de trás abre e então um rosto bem conhecido inicia um diálogo com Felipe. Marlo parece perceber que estou sabendo poucos detalhes da história:
- O que te contaram?
- Pouca coisa. Um suspeito de homicídio foi localizado aqui e então me ligaram.
- Não houve homicídio.
- Como assim?
- Pelo que sei foi uma tentativa de assalto. Um marginal tentou assaltar o filho do nosso antigo comandante. Tentou levar a moto dele, o garoto reagiu e levou um tiro na perna, mas passa bem.
- E o nosso antigo comandante está naquele carro conversando com o Felipe? Planejando alguma vingança?
- Possivelmente.
- Ele não está apoiando um forte candidato para a prefeitura?
- Parece que sim.
- Imagina a merda que isso vai dar se vazar.
Garcia se aproxima e então pergunta:
- O que pretende fazer?
- Vou entrar lá, prender o cara e trazer ele pra cá. Da maneira mais calma possível e sem troca de tiro. Espero que Felipe tenha a mesma idéia.
Guilherme passa por nós com cara de deboche. Felipe também aparece para dar as primeiras instruções:
- Nós vamos entrar, capturar o suspeito e trazê-lo aqui pra baixo. Depois vocês estão liberados.
- Como assim liberados?
- Escuta... Não complica agora. Tenta fazer o que sempre fez. Parece que aquela maldita lista te abalou de vez.
- Felipe... Sinceramente o que vai acontecer depois? O comandante terá uma tão sonhada vingança?
Guilherme então ataca:
- Não contraria as ordens seu bosta.
Explodo por dentro de raiva e então Felipe me puxa:
- Segue o Guilherme e o Garcia. O restante do grupo estará logo atrás.
Seguro a raiva e então vou atrás dos dois que já estão no portão de entrada. Estou nervoso demais e para piorar os corredores são estreitos. Se aparecer um maluco atirando com certeza acerta alguém.
Guilherme sobe acelerado e toma certa distância. Passo por Garcia e faço sinal para ele maneirar. Não adianta... Ele continua avançando. Está escuro demais e quase não se enxerga os degraus.
Guilherme faz um sinal. Parece ter avistado o barraco onde o suspeito estaria escondido. Alcanço Guilherme e em seguida aparece Felipe. Ele faz um sinal e Guilherme entra. Vou logo atrás. Está uma escuridão total e Guilherme logo desaparece. Continuo nervoso. Na verdade... Desde que a conheci comecei a ficar com medo da morte. Desde o nosso primeiro encontro, do nosso primeiro café... Tudo mudou. Queria estar abraçado com ela agora, mas estou aqui... Numa escuridão que assombra. Avanço pela sala e uma pequena luz se acende. Entro e encontro Guilherme e um garoto sentado na cama... Parece que estava dormindo. Deve ter uns 12 ou 13 anos no máximo.
- Guilherme... Não é ele. Vamos voltar e avisar o Felipe que a informação era falsa.
- Espera. Vamos conversar um pouco com o moleque. Talvez ele saiba de alguma coisa.
- Eu não sei de nada não.
Guilherme guarda a arma e tira uma faca da cintura... Então volta a encarar o garoto.
- Como se chama moleque?
- Pedro.
- Pedro? Nome bonito... Nome bíblico. Acredita em Deus, Pedro?
- Sim.
O garoto treme. A presença de Guilherme é aterrorizante.
- Pedro... Escuta uma coisa. Deus está muito longe agora... E fica difícil Dele tentar te ajudar. Então eu pediria que contasse tudo que sabe... Porque senão eu vou te machucar, vou te machucar bastante.
- Eu não sei de nada não.
Guilherme não espera outra resposta e esmurra o rosto do garoto que deita na cama. Ele força o garoto aterrorizado a se sentar e põe a lâmina da faca em seu rosto:
- Pedro... O mundo é um lugar bom. O problema é que existem pessoas muito, muito malvadas. E eu sou a pior delas. Então pode me dizer onde o merda está?
O garoto entra em pânico, chora, treme assustado, mas não diz nada. Guilherme não espera muito tempo então faz um corte fundo no rosto do garoto, que grita e chora provocado pela imensa dor.
- Guilherme... O que diabos está fazendo?
- Não se mete nisso. Chama o Felipe. O moleque vai contar tudo.
Saio da sala meio sem reação. Preciso passar pela escuridão de novo e encontrar Felipe. Avisá-lo que Guilherme surtou. Ao cruzar pela sala tropeço em algo e caio. Ao levantar-me vejo Felipe na minha frente. Parecendo que estivesse ali o tempo todo. Acompanhando tudo escondido na escuridão. Volto com ele até o quartinho. O garoto está com o rosto completamente pintado de sangue. Guilherme me ignora e fala com Felipe:
- O moleque disse que ele foi encontrar um tal de Branco.
- Onde podemos achar esse Branco?
- Subindo três escadarias, o primeiro barraco à direita. Tem uma bandeira grande do Inter na janela.
Preciso fazer algo, dizer algo:
- Felipe... Vou descer com garoto e levá-lo a um hospital.
- Não precisa nada disso. Eu cuido do garoto aqui.
Felipe percebe que me irritei com as palavras de Guilherme então evita uma discussão:
- Todos vamos subir... Inclusive o garoto. Vou pedir para o Garcia improvisar algo no rosto dele.
Logo que saímos do barraco alguém chama Felipe pelo celular. Sei que a notícia não é boa. Felipe desliga o celular e vai direto ao assunto:
- Parece que algum morador avisou uma emissora de televisão. O comandante está indo embora. Vamos terminar essa merda logo e ir embora também.
Todos escutamos em silêncio e continuamos a subir pela vila. Está escuro demais e estão todos tensos... Com exceção de Guilherme, que parece estar gostando do momento.
Em questão de minutos avistamos o barraco. Felipe olha pra mim como se tentasse dizer que agora não será a minha vez. Ele manda Marlo e Garcia entrarem. Ficamos no lado de fora... Felipe, Guilherme, Maurício, o garoto e eu. Guilherme não tira os olhos do garoto... Realmente não vai querer descer com ele vivo da vila. Para piorar Felipe está ignorando toda essa insanidade de Guilherme e parece concordar que o garoto não pode sair vivo dali. A reputação e a integridade do batalhão estariam arruinadas só de se ficar sabendo que um de nós torturou um menor covardemente. O grande problema ali sou eu. Entre dois homens e um garoto com o rosto cortado está outro homem que não quer matar ninguém essa noite. Quer apenas voltar pra casa e ver o rosto de sua amada novamente.
Deus... Como o tempo demora quando a morte passa a nos rondar. A questão para Guilherme é simples. Ele atiraria em mim e depois no garoto. O meu caso é mais complicado. Preciso ser mais rápido, atirar primeiro nele e depois em Felipe, que com certeza vai atirar em mim. Não posso contar com a ajuda de Maurício. Ele está mais borrado que o garoto. Ficamos todos em silêncio, de armas na mão... Apenas esperando uma mínima reação de alguém. Então Garcia aparece:
- Achamos o cara. O Marlo já o algemou.
Felipe e Garcia entram no barraco. Guilherme me olha com mais um sorriso debochado, volta a encarar o garoto e entra também no barraco. Entro logo em seguida. Maurício fica do lado de fora com o garoto.
Pelo menos há luz nesse barraco. Felipe liga para alguém do seu celular. Mais adiante está Marlo com o sujeito algemado e de joelhos. Felipe mal conversa e desliga o celular. Imediatamente chama o Maurício. Guilherme guarda a arma e pega a faca de novo.
Maldita ligação telefônica, maldita pessoa que colocou Felipe no comando.
Maurício passa por todos suando como um porco e vai até ele. Felipe o encara então fala algo que jamais conseguirei apagar de minha mente. Uma frase curta, mas de um impacto cruelmente insano:
- Atira nele!
Maurício fica sem reação diante de tal ordem:
- O quê?
- Pega a tua arma e atira nele!
Maurício treme, aponta a arma em direção ao suspeito, mas não consegue. Se ajoelha e chora como uma criança. Preciso fazer algo:
- Felipe... Um tiro agora pode provocar uma reação enorme. Estamos dentro do verdadeiro inferno.
- Não precisamos atirar nele. Se quiser eu corto o maldito e depois termino de cortar o garoto.
Felipe pega a arma de Maurício e manda Guilherme se controlar. Em seguida olha pra mim e diz:
- Foda-se.
Então ele dá três tiros no homem algemado pelas costas.
- Entendeu agora Maurício? O que tem que fazer? Seu bosta. Ajuda o Garcia a carregar o corpo agora.
Minha preocupação depois daquela execução era a conseqüência. Tenho certeza que mexemos num vespeiro.
- Felipe... Acho melhor alguém ir lá fora dar uma olhada e depois todos sairmos daqui rapidamente.
- Eu faço isso, mas primeiro vou terminar de cortar o garoto.
Aponto minha arma em direção a Guilherme:
- Acabou velho. Larga a faca.
Guilherme não larga e continua em direção ao garoto.
- Felipe... Eu vou atirar nele!
- Ninguém vai atirar em ninguém aqui.
As palavras de Felipe vieram como uma espécie de maldição. Do lado de fora escuto quatro disparos. Guilherme e Marlo são atingidos. Garcia e eu vamos para as janelas, mas não avistamos ninguém. Marlo se levanta, a bala parece ter atingido o colete. Guilherme continua deitado numa poça de sangue. Garcia então grita para Felipe:
- Acho que é apenas um atirador.
- Então vai checar com o Marlo!
Seguro Garcia e peço para ir em seu lugar. Olho para o Marlo e então corremos cada um para um lado. O sorteado sou eu. Levo dois tiros no peito tão fortes que parecem ter rasgado o colete. Tento seguir em frente e levo outro tiro na altura do ombro... Mais doloroso que os anteriores e então caio. Marlo se esconde atrás de um casebre e grita algo. Não consigo entender... A dor é grande demais, estou tenso e não sei se o colete agüentou. Tento mesmo deitado localizar a origem dos disparos. Espero um, dois e no terceiro tiro localizo o atirador em cima de um telhado de outro casebre. Preciso avisar o Marlo, mas como? Então alguém começa a trocar tiros com o atirador localizado. Para minha surpresa é Guilherme que passa por mim caminhando completamente ensangüentado e atira contra o bandido. Ele dá três disparos... Dois são certeiros e matam o atirador. Em seguida recarrega a arma e se vira pra mim. Não sei se com a intenção de me ajudar ou me executar. Jamais ficarei sabendo, pois outro disparo vindo do outro lado atinge seu rosto fazendo cair ao meu lado. Guilherme está morto agora. A imortalidade não passou de uma história para assustar bandido. Marlo e Garcia localizam o segundo atirador e disparam contra ele. Aproveito o momento e me levanto e me escondo atrás de um muro. Esse segundo atirador está duas casas adiante. Se agüentar a dor e passar pelo muro terei alguma chance. Descanso um pouco durante o intervalo do tiroteio e quando ele reinicia pulo o muro e corro para trás dos casebres. A questão agora é localizar o casebre certo. Minha tarefa fica facilitada pelos disparos. Avanço duas casas e entro na terceira. Devagar e silenciosamente. A televisão está ligada e não há ninguém. Mas escuto alguém em cima do telhado. Não consigo pensar em algo inteligente e então descarrego minha arma no telhado mesmo. Alguém cai. Saio do casebre e vou para os fundos e vejo um homem de cabelos grisalhos gravemente ferido... Possivelmente o Branco. Chego ao lado dele e percebo que ele não vai resistir muito. Não vejo motivo em dizer algo naquele momento. Aponto minha arma e dou mais um tiro nele. E espero que seja o último nessa noite.
Volto para dentro do casebre. Preciso de um espelho. Preciso ter certeza que nenhuma bala passou pelo colete. Escuto a voz de Felipe do lado de fora... Ignoro. Vou até uma peça funcionando como um banheiro improvisado e acho um espelho. Examino o colete detalhadamente e conto três cápsulas alojadas nele. Essa noite eu escapei. Preciso voltar pra casa.
Saio do barraco e vejo Felipe recebendo o reforço... Na verdade mais um pequeno grupo com quatro homens. Felipe então me pergunta:
- Matou o outro atirador?
- Sim.
- Chamei um pessoal que estava por perto.
Estou nervoso demais com ele. Minutos atrás quase atiramos um no outro e agora conversamos normalmente.
- Por que só agora pediu ajuda? O que te prometeram? O que o comandante disse no celular?
- Todos do nosso grupo sairão da lista negra.
- Do nosso grupo tem apenas o meu nome na lista. Não vai me dizer que fez tudo isso para me ajudar? O que te prometeram?
Felipe me encara e então responde:
- Serei promovido. E não vou mais precisar caçar bandido em vilas sombrias. Nunca mais.
- Espero não trabalhar mais contigo.
Felipe sorri, me dá as costas e responde:
- Não vai.
Observo Garcia e Maurício descendo com o corpo de Guilherme. Marlo está com o garoto. Apresso o ritmo e alcanço os dois. Preciso conversar com ele:
- Como está?
- Aquele tiro que levei raspou no meu ombro. Vou ter que levar uns pontos... Nada demais. Assim como o garoto também vai precisar.
Estamos quase na saída da vila quando Felipe avisa para ninguém dizer nada caso alguma emissora esteja esperando. Quando saímos tem um carro de reportagem e uma ambulância a nossa espera. Felipe vai de encontro ao carro de reportagem e eu sigo Marlo e Pedro até a ambulância. O garoto parece mais calmo e então digo algo que nunca pensei em dizer a alguém:
- Pedro... Não vai precisar se vingar. O homem que te cortou está morto.
Um enfermeiro deita o garoto na maca impedindo que ele me desse uma resposta. Precisava de uma resposta... Para terminar tudo isso e voltar pra casa.
Marlo volta e me olhar como olhava antes e então diz o que precisava ser dito naquele momento:
- Somos homens maus.
- Talvez. Mas ainda não me corrompi.
- Eu sei.
As palavras de Marlo vieram como uma espécie de cura para minha dor interna. A ambulância é fechada e logo deixa a vila. Felipe entra na viatura do grupo que veio como reforço. Não sei o que vai aparecer no relatório amanhã. Não quero pensar nisso agora. Garcia me chama para irmos logo embora.
Antes de entrar, percebo uma repórter se aproximar e iniciar um ataque:
- Boa noite.
- Boa noite.
- Pode me dizer o seu nome?
- Ângelo.
- Ângelo... Poderia me dizer o que aconteceu exatamente aqui?
- Acho que meu superior explicou claramente para vocês. Perseguimos um suspeito até aqui, houve troca de tiros, três suspeitos e um colega nosso foram mortos. Em compensação conseguimos salvar um menor.
- Ângelo... Há alguma ligação envolvendo um famoso e antigo comandante de vocês nessa operação? Isso poderia abalar o resultado das eleições.
- Desculpa, mas em qual programa isso será transmitido?
- Meu nome é Marta e trabalho para um famoso canal de reportagem.
- Não tenho tido muito tempo para televisão.
- Queria avisá-lo que estamos ao vivo e os telespectadores estão assistindo esse deboche de casa.
- Está ao vivo?
- Sim.
- Bom... Então vai à merda e não me incomoda mais. Acho que o pessoal em casa vai gostar disso.
Deixo aquela mulher sem graça diante da câmera e entro no camburão. Maurício dá a partida e então vamos embora. Vou à frente com ele. Garcia vai sentado atrás e volta a fechar os olhos. Agora eu sei que ele está rezando.
Durante o caminho, peço para Maurício me deixar num ponto de táxi. Ele pára e então me despeço dele e de Garcia. Entro no primeiro táxi que enxergo e pego o caminho de casa.
O táxi me deixa em frente ao prédio. Há um silêncio na rua. Entro no prédio e subo as escadas apressadamente. Abro a porta do apartamento e vou até o quarto. Ela está deitada virada de costas pra mim. Vou até a cozinha e vejo o bilhete meio amassado... Conseqüentemente foi lido. Tiro o colete devagar, o peito continua dolorido. Amanhã de manhã vou visitar o garoto no hospital e já posso aproveitar e fazer um exame mais detalhado.
Tomo um banho frio, rápido e volto para o quarto. Ela não se mexe e não diz nada. Lá fora um carro começa a fazer um barulho enorme. Deito ao seu lado sem dizer nada. Talvez devesse conversar com ela... Mas estou cansado. Ela então se vira pra mim e me abraça. Fico com vontade de chorar e contar tudo... Mas estou realmente cansado. Aos poucos o carro vai tomando distância, o barulho vai diminuindo e o sono vai chegando. Então durmo.
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